Tenho ouvido e lido que a chance de Max Verstappen trocar a Red Bull pela Mercedes, a partir de 2027, é grande.
Tenho ouvido mais do que lido, é verdade.
A modalidade escrita vem sendo impiedosamente pisoteada por vídeos curtinhos, os chamados "cortes" em podcasts.
Cá entre nós, detesto.
Sou da "velha escola", digamos.
Gosto de palavras e as uso com cuidado e esmero, sem recursos artificiais, se é que me entendem...
Em resumo, estou remando contra a maré.
E acho ótimo não me subverter.
Prefiro usar da minha inteligência natural, alcançada a duras penas, incluindo um concorrido vestibular que me colocou na melhor universidade da América Latina, a USP.
Feito o preâmbulo (será que as inteligências artificiais costumam fazer preâmbulos?), mergulhemos no tema que levanto nesta semana: Max Verstappen e seu futuro na Fórmula 1.
O campeonato de 2025 ainda não está definido, em que pese o amplo favoritismo da McLaren, com Piastri e Norris.
O holandês, para usar um jargão manjado, "corre por fora".
E como corre, não é mesmo?
Com um carro nitidamente inferior à concorrência papaia, Max segue no jogo pelo simples fato de ser o melhor piloto do mundo.
Simples assim.
Se conseguir o pentacampeonato consecutivo, seu feito será comparável, talvez, àquele mais espetacular da história da Fórmula 1, o de 1957, quando Juan Manuel Fangio (de Maserati) superou Ferrari e Vanwall, superiores.
O argentino, que nos deixou em 1995, aos 84 anos, passa longe dos "cortes" dos podcasts atuais.
A turma lembra até do insosso Kimi Räikkönen com seu lotérico título de campeão de 2007, graças, principalmente, à "briga de galos" da McLaren, entre Alonso e Hamilton.
Durante as chamadas férias de verão na Europa, quando a Fórmula 1 fez sua pausa, Verstappen e Toto Wolff, chefe da Mercedes, passaram alguns dias com suas respectivas famílias juntos na Sardenha, no barco de Wolff.
Fervilharam rumores de, quem sabe, uma transferência do holandês para a Mercedes já em 2026.
Essa página já foi virada, pois Max logo depois disse que seguiria na Red Bull no ano que vem.
Nas entrelinhas, disse que não valeria a pena uma mudança justamente no ano em que mudanças vigorosas entrarão em vigor, tanto nos motores como na configuração dos carros.
E "bater o martelo" de que ele vá para a Mercedes em 2027 é puro achismo.
A Red Bull, claro, perdeu com a saída de Adrian Newey, mas é bom lembrar que a Mercedes enfileirou títulos sem ter alguém do calibre dele...
Quero dizer com isso que a Red Bull sem Newey pode muito bem fazer um ótimo carro em 2026 e sepultar qualquer possibilidade em mudança de seu principal piloto para a rival Mercedes.
Ninguém sabe, de fato, qual será a relação de forças quando a temporada do ano que vem estiver em sua reta final.
Lembram do fiasco da Mercedes "zero sidpods"?
Vai que a Mercedes faz uma "carroça" em 2026...
Isso, claramente, não animaria Verstappen em mudar-se de Milton Keynes para Brackley.
"Correndo por fora", mas não tão "fora" assim, temos a Aston Martin.
Sim, o time inglês com o genial Newey comandado o projeto do novo carro, pode ser a equipe dos sonhos em 2027.
E, com dinheiro de sobra, pode, ela, mais que a Mercedes, ser uma morada mais provável para Verstappen.
Afora isso, é bom lembrar que a apagadíssima temporada de Hamilton na Ferrari pode ter feito acender a luz amarela para o holandês.
Hamilton deixou a Mercedes, onde estava totalmente ambientado, pela novidade de Maranello, onde até agora não se encontrou.
Será que Max estaria disposto a fazer o mesmo, trocando o certo pelo duvidoso?
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