Em 1º de fevereiro deste ano, quando a Ferrari anunciou que Lewis Hamilton seria piloto do time para 2025 e outros anos, o acordo parecia o melhor dos mundos para as duas partes.
Para a equipe italiana, ter um heptacampeão no lugar de um bom piloto (Sainz), a recolocaria em um patamar bem superior, já que Leclerc não parece ter o perfil de líder ideal para tirar o time do jejum de títulos que dura desde o remoto 2007.
Sim, porque Leclerc é rápido mas não é consistente.
Além do mais, é nítido que o monegasco não tem o equilíbrio emocional para uma disputa ferrenha.
Hoje, bisbilhotando pelas redes sociais, vejo Leclerc como um dublê de modelo, exibindo sua Ferrari e relógios milionários.
Tornou-se um sujeito instagramável.
Para Hamilton, deixar a Mercedes em troca da Ferrari, pareceu ser uma aposta certeira, ao menos antes do início da temporada deste ano.
Afinal, depois do desastroso W13 de 2022, o "zeropod", carro medíocre do time de Brackley, e sua "evolução" em 2023, que rendeu poucas melhoras, o heptacampeão não tinha mesmo porque acreditar que em 2024 houvesse muita esperança diante de uma Red Bull praticamente imbatível. Leia-se Verstappen, aliás.
Somado a isso, o progresso da McLaren.
A chegada de um velho conhecido de Hamilton a Maranello, Frédéric Vasseur, parece ter contribuído decisivamente para sua escolha.
Então, supondo que a Mercedes não teria poder de reação a curto prazo, e com a Ferrari melhorando, assinar com o time de Maranello era, de fato, o caminho mais racional para Lewis.
Afora isso, a mística de correr na Ferrari.
Uma coisa é você acordar pela manhã e, depois de tomar seu café, deslocar-se até a britânica Brackley para uma reunião com Toto Wolf.
Outra é, depois do café, pegar a sinuosa estradinha que leva até a porta da fábrica escarlate em Maranello, dar uma volta pela fábrica dos carros "de rua" e, depois de uma reunião com os engenheiros, almoçar no "Ristorante Montana", seja lá qual for a pasta escolhida.
Em seguida, deixar o local a bordo de uma "dócil" SF90 Stradale e rumar até Bolonha, uma boa cidade para se morar em sendo piloto da Ferrari.
Trocar a Inglaterra pela Itália parece uma escolha, no mínimo, sentimentalmente melhor.
Nem vou entrar nos aspectos gastronômico e geográfico. Aí é covardia.
Porém, falando do ponto de vista técnico, parece que as coisas mudaram desde a pré-temporada até o atual momento...
A Mercedes evoluiu demais, e das últimas quatro corridas, venceu três (uma com Russell e duas com Hamilton).
A Ferrari foi superada pela McLaren na tabela, e a própria Mercedes, se continuar na mesma toada, poderá, ao término do ano, terminar na frente da equipe italiana.
Parece bastante claro que a Mercedes tem um futuro mais promissor.
A não ser que a Ferrari contrarie as especulações e agregue uma peça que "desequilibraria" essa "conta": Adrian Newey.
Sim, Newey tem a capacidade de tornar a Ferrari vencedora, como fez com a Red Bull.
Do contrário, Hamilton precisará se desdobrar para conseguir fazer a Ferrari novamente campeã.
Mas, se não conseguir, pelo menos poderá ter aproveitado bem a estadia na Velha Bota...
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