Há exatos 14 anos, no frio 10 de março de 2009, em Barcelona, Rubens Barrichello testava pela primeira vez o carro da Brawn-GP, ex-Honda, na abertura dos trabalhos da pré-temporada.
Jenson Button, seu companheiro de equipe, já havia guiado o carro antes, anotando a melhor marca, assombrando a concorrência com aquele carro que, além de contar com o motor Mercedes, incorporava uma solução aerodinâmica depois copiada por todos os times, o difusor triplo, o "pulo do gato" que levou o mesmo Button ao título da temporada e a Brawn-GP ao campeonato entre os Construtores.
De lá para cá, em que pesem carros espetaculares feitos por Red Bull e Mercedes, principalmente, no fundo sempre esperamos que alguém fosse genial o suficiente para "inventar a pólvora" e fazer um carro absolutamente inigualável.
A Red Bull, que viveu um ciclo anterior com Vettel, entre 2010 e 2013, período em que o alemão foi tetracampeão, novamente tem um carro vencedor, mas os dois títulos recentes de Verstappen nem foram tão fáceis assim.
E, guardadas as devidas proporções, a enxuta pré-temporada no Bahrein, antecedendo a abertura do Mundial no mesmo local, criou a expectativa de que a Aston Martin pudesse fazer algo semelhante ao que fez a Brawn em sua estreia na temporada de 2009, quando abiscoitou dobradinha no GP da Austrália, com Button e Barrichello.
Alonso, no Bahrein, não conseguiu acompanhar o ritmo dos carros da Red Bull, mas saiu faceiro de sua Aston Martin após receber a bandeira quadriculada em terceiro lugar.
Destilando veneno, ainda que com bom humor, Pérez, na coletiva pós-GP, falou que três Red Bull estavam no pódio naquele dia, referindo-se ao fato de que o carro da Aston Martin tem semelhanças aerodinâmicas incontestes em relação aos carros austríacos.
Mas os motores são diferentes, e nem tudo, de fato, pode ser "copiado" em um complexo projeto de Fórmula 1.
Fato é que a Aston Martin conta com um projetista que trabalhou recentemente na Red Bull e certamente o time evoluiu.
Talvez não a ponto de torná-la páreo para buscar o título, mas o suficiente para que Alonso, aos 41 anos, possa, a exemplo de Button e Barrichello, naquele começo de temporada, ao menos sonhar em voltar a vencer.
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