Ainda acho possível que se realizem GPs de F1 em 2020, mas por um miniaturizado calendário, 1/3 aproximadamente do que foi previsto inicialmente.
Seriam 22 GPs neste ano, um exagero, diga-se.
Partilho da opinião de que um evento começa a ficar menos interessante quando torna-se rotineiro.
No popular, "carne de vaca".
É como querer Copa do Mundo ou Jogos Olímpicos a cada dois anos.
A F1 costuma ser bem alienada, e isso fica evidenciado quando puxamos pela memória para lembrar que os carros queimavam pneus em Kyalami, circuito da África do Sul, quando o país vivia sob o tenebroso regime do Apartheid.
A situação, agora, não é político-social, mas de saúde pública.
Porém, os interesses econômicos certamente prevalecerão (assim como foram imperiais na época do Apartheid).
E, embora não seja possível driblar a pandemia que o mundo enfrenta, a solução da categoria está em seu habitat natural, a Europa, seu berço.
Por lá, diferente das barbaridades feitas pelo governo (?) brasileiro, a situação gradativamente vai melhorando, e somente lá, entendo, será possível a realização de corridas de F1 em 2020.
Viagens para outros continentes, Ásia, Oceania ou América (do Norte ou do Sul), é algo absolutamente impraticável.
A logística da categoria praticamente impede que todos os protocolos de segurança em termos de saúde sejam praticados.
Assim, para ser objetivo, imagino uma temporada com apenas seis etapas, com a possibilidade de rodadas duplas, que levaria o campeonato a ter 12 GPs. Ou um pouco mais, caso sejam feitas rodadas triplas em uma ou outra, por exemplo.
Áustria, Grã-Bretanha, Hungria, Bélgica, Itália e Rússia.
Exatamente o mesmo número de etapas do primeiro campeonato de F1, o de 1950, que ainda teve uma sétima corrida, as 500 Milhas de Indianápolis, mas em que apenas pilotos norte-americanos participavam.
Esta é minha aposta.
Sim, é bem possível que exista um campeonato (não mundial, mas europeu) de F1 em 2020.
Será um ano com um quê de retrô, por conta da semelhança númerica de corridas em relação ao que aconteceu há 70 anos...
Minha Olivetti Lettera 22 nem é tão velha assim.
A querida maquininha de escrever com a qual datilografei meus primeiros textos escolares e poemas para as meninas por quem me encantei, talvez seja a ideal para eu martelar meus dez dedos sobre as teclas para dissecar cada uma das corridas de F1 neste ano.
E, depois disso feito no papel (será mais autêntico), digito no meu notebook e publico no site.
Uma volta no tempo tamanha que precisarei tomar cuidado para não misturar nomes como os de Hamilton, Vettel e Verstappen aos de Farina, Ascari e Fangio ...
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