Há 25 anos, durante treino para o GP de San Marino, o austríaco Roland Ratzenberger, então com 33 anos, fazia sua terceira corrida pela F1, quando bateu violentamente contra o guard rail da curva Villeneuve, em Imola, após perder o aerofólio traseiro de sua Simtek-Ford. No dia seguinte aconteceu a corrida que vitimou Ayrton Senna.
É impossível desassociar uma morte da outra, pelo simples fato de que Ratzenberger deva ter morrido mesmo na pista, não oito minutos após dar entrada no Hospital Maggiore de Bologna, mesmo local do oficial óbito de Senna.
Quatro dias depois da morte do austríaco, o jornalista Flavio Gomes, à época no jornal Folha de S. Paulo, escreveu artigo relatando que a FIA e a Foca omitiram a informação do óbito de Ratzenberger na pista.
"O teatro incluiu massagens cardíacas no lado direito do peito de Roland. Oficialmente, ele morreu oito minutos depois de ser hospitalizado. Esse curto espaço de tempo, de certa forma, exime o hospital de uma suposta participação na farsa montada pelos dirigentes", escreveu Flavio Gomes, que estava em Imola naquele final de semana, em um dos trechos da matéria que escreveu.
De fato, pelas imagens transmitidas ao vivo, desde que foi removido do carro até o momento em que foi colocado no helicóptero que o levou para o Hospital Maggiore de Bologna, os médicos fizeram o procedimento de massagem cardíca, totalizando 18 minutos de tentativa para reanimá-lo, indicando que ele estava morto ainda nas dependências do autódromo.
Se a morte de Roland Ratzenberger tivesse sido oficialmente anunciada na pista, o GP de San Marino não aconteceria no dia seguinte. pois a Justiça Italiana interditaria o autódromo para abertura de inquérito.
Grid formado em 1º de maio de 1994, como se nada tivesse acontecido na véspera. A outra ausência foi a de Rubens Barrichello, que bateu forte sua Jordan-Hart no treino livre da sexta-feira, 29.
A barra de direção da Williams-Renault de Senna, que havia sido soldada para que o piloto ficasse mais confortável no cockpit, quebrou e ele bateu contra o muro da curva Tamburello, segundo apontaram as análises da FW16 #2.
Aqui vale a ressalva de que é muito difícil se precisar o instante da ruptura da barra de direção, antes ou depois do forte impacto.
A Williams e o dono do autódromo, inicialmente considerados culpados pelos promotores, foram absolvidos posteriormente, e a família Senna não recorreu da sentença.
O fato é que independente da falha ou não no carro de Ayrton, nem ele nem os outros pilotos poderiam ter alinhado para o GP de San Marino de 1994 caso a morte de Ratzenberger tivesse sido oficialmente decretada na pista e não no hospital de Bologna.
ABAIXO, IMAGENS DESDE O ACIDENTE DE RATZENBERGER ATÉ O MOMENTO DE SUA REMOÇÃO POR HELICÓPTERO, NA TRANSMISSÃO DA REDE GLOBO. VÍDEO/YOU TUBE
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