Neto

Ex-meia do Corinthians, Guarani e comentarista
por Fabrício Bosio/colaborou Rogério Micheletti
 
José Ferreira Neto, nascido em Santo Antônio de Posse (SP) em 9 de setembro de 1966, popularmente conhecido como Neto, ficou marcado como craque polêmico e um exímio cobrador de faltas.
 
Foi casado com Fernanda, com a qual teve dois filhos: Luísa e Gustavo. Desde 2016 é casado com Sandra Nicolau.
 
É comentarista da Rede Bandeirantes de Televisão, onde presenta o programa "Os Donos da Bola" e o "Apito Final".
 
Em 15 de agosto de 2017 foi anunciado que seu programa "Baita Amigos", exibido no BandSports, deixaria de ser gravado no Espaço Unyco, camarote localizado no Estádio do Morumbi.
 
Em 30 de setembro de 2020 foi diagnosticado com covid-19, passando a cumprir quarentena domiciliar até se recuperar plenamente. Clique aqui e veja matéria publicada no Portal Terceiro Tempo, com um vídeo gravado por ele mesmo comentando o problema.
 
Em 15 de junho de 2021, seu irmão caçula morreu. Richard Ferreira, que era são-paulino apaixonado, estava com 46 anos.
 
"Meu irmão, meu filho… que Deus lhe receba de braços abertos no céu. Vai deixar muitas saudades e muitas lembranças. #RichardEterno.", escreveu Neto em seu Instagram.
 
RETROSPECTO
 
A noite de 22 de abril de 2013 marcou uma homenagem da Câmara Municipal de São Paulo ao ex-jogador, ídolo e eterno "Xodó da Fiel", ocasião em que Neto recebeu o Título de Cidadão Paulistano em sessão solene.

O talentoso meia-esquerda começou a carreira em 1980 no Guarani de Campinas. Rapidamente encheu os olhos da opinião pública e, com gols espetaculares, despertou interesse de grandes equipes do Brasil. Em 1986, emprestado, teve uma rápida passagem pelo Bangu-RJ com o "patrocínio" do bicheiro Castor de Andrade. No ano seguinte, defendeu o São Paulo sem grande destaque.

De volta ao Bugre, em 1988, Neto marcou um gol de bicicleta contra o Corinthians em pleno Morumbi, na primeira partida das finais do Paulistão. No jogo da volta, em Campinas, o atacante Viola garantiu o título para o clube da capital.

Na mesma temporada, ao lado de nomes como Romário, Dunga e Taffarel, foi responsável pela conquista da medalha de prata na Olimpíada de Seul, na Coréia do Sul.

Em 1989, o "Maradoninha", como chegou a ser chamado (por causa do talento e da facilidade em ganhar peso), vestiu a camisa do Palmeiras, mas teve problemas de relacionamento com o técnico Emerson Leão, desafetos até os dias atuais. Pelo Verdão, foram 26 partidas (15 vitórias, 9 empates, 2 derrotas) e quatro gols marcados (fonte: Almanaque do Palmeiras - Celso Unzelte e Mário Sérgio Venditti).

Trocado pelo meia Ribamar, Neto fez nome no Corinthians e foi o grande nome na conquista do Campeonato Brasileiro de 1990. Ele era uma "ilha" de técnica no meio de um "oceano" de raça encontrada em atletas como Wilson Mano, Jacenir, Márcio, Ronaldo, Fabinho e Tupãzinho. Ficou no Parque São Jorge até 1993. A segunda passagem dele pelo Alvinegro foi entre 1996 e 1997. CLIQUE AQUI e veja matéria especial publicada no Terceiro Tempo sobre os 25 anos da 100ª partida de Neto pelo Corinthians. Texto de Marcos Júnior Micheletti

A forte personalidade fez com que o craque colecionasse diversos casos polêmicos. Um dos exemplos de sua rebeldia aconteceu em 1991. Durante um clássico entre Corinthians e Palmeiras ele cuspiu no rosto do juíz José Aparecido de Oliveira. Foi punido e pegou um gancho de quatro meses de suspensão.

No Timão, em um total de 227 jogos (104 vitórias, 74 empates, 49 derrotas), Neto anotou 80 gols e conquistou o título brasileiro de 1990 e o Paulistão de 1997 (fonte: Almanaque do Corinthians - Celso Unzelte).

Neto também jogou em outros clubes como Milionários-COL, Santos, Atlético-MG, Matsubara (PR), Araçatuba e Etti-Jundiaí. Por onde passou sempre foi ídolo.
 
SUBSTITUINDO PELÉ
 
Em 31 de outubro de 1990, em Milão, a Seleção Brasileira enfrentou um Combinado do Resto do Mundo, jogo em homenagem aos 50 anos de Pelé, comemorados uma semana antes. Pelé disputou a partida (derrota do Brasil por 2 a 1) e Neto substituiu o Rei do Futebol, recebendo a faixa de capitão. E foi Neto o autor do gol do Brasil, de falta. Clique aqui e veja matéria sobre a partida, com vídeo.
 
Comentarista e cartola

Depois de encerrar a carreira de jogador, Neto foi contratado pela TV Bandeirantes para ser comentarista. "Quando era jogador, dizia que seria comentarista da Band por causa do Juarez Soares, que sempre admirei", conta.

Em 2002, o Guarani, clube que o criou, chamou o ex-meia para comandar o Departamento de Futebol. Como cartola, Neto ganhou quilos e problemas. Convencer os atletas a terem uma postura profissional apesar dos salários atrasados foi uma tarefa árdua.

Dois anos depois, o "Xodó da Fiel" voltou à crônica esportiva para trabalhar na Rede TV!. Em seguida, assinou com a Band, onde ficou por dois anos. Depois de passar pela Record, Neto reassumiu o posto de comentarista titular da TV Bandeirantes, onde permanece até hoje.

No fim de 2008, o "Maradoninha" viveu o principal momento como cronista ao informar com exclusividade a contratação de Ronaldo pelo Corinthians. Em 2009 foi noticiado o interesse da Rede Globo pelo ex-jogador.
 
ABAIXO, MOMENTO HILÁRIO DE NETO DURANTE O "DONOS DA BOLA", DA BAND, COBRANDO EMPENHO DOS JOGADORES DO CORINTHIANS NA RETA FINAL DO CAMPEONATO BRASILEIRO DE 2017

Jogo no Carandiru
Abaixo, matéria de João Prata, publicada em 12 de outubro de 2013 no site Band/UOL

Em 1991, Neto vivia o auge da carreira no Corinthians - acabara de ser campeão Brasileiro e sua não convocação para a Copa do ano anterior revoltou os críticos da bola e é motivo de protestos contra o treinador Lazaroni até hoje. Pergunte ao Milton Neves.

E desde aquela época, como reza a tradição do futebol, final de temporada é tempo da boleirada se reunir e jogar aquela pelada. Só que ainda não tinha essa coisa de Amigos de um contra Amigos de outro.

Havia times. O Milionários misturava ex-jogadores como o lateral Zé Maria e o atacante Cesar Maluco, com atletas de destaque do cenário atual como Neto e Mauro. 

Ao contrário de hoje, as partidas festivas aconteciam longe dos templos do futebol como o Maracanã, Pacaembu e Morumbi. Qualquer terrão de bairro era campo. Naquele ano, o Milionários foi convidado para jogar no Carandiru, maior presídio do país, com cerca de oito mil presos.

Os detentos faziam um torneio de futebol com jogos aos domingos. No final da temporada, formavam a equipe dos sonhos. E essa equipe decidiu desafiar o Milionários. Os presidiários, por questões óbvias, jogariam em casa.

Neto e o restante do elenco trataram a partida com a seriedade de uma final de campeonato, com direito a pose para foto e tudo mais. Os detentos mais ainda. Além dos 11 titulares, os outros 7.989 encarcerados cercaram o campo, respeitando a linha de cal. "Mal tinha espaço para bater lateral. Tinha tanta gente vendo o jogo, que as janelas das celas que davam para o campo também estavam lotadas de gente. Era jogo de decisão?, relembra Neto.

No começo foi tudo festa, segundo o camisa 10 do Milionários. Os astros da equipe vermelha, branca e azul foram tratados como rei. Até a bola rolar. "Aí o bicho pegou. Foi um jogo muito duro. Complicado. Os caras eram bons."

A seleção do Carandiru não deu espaço para os profissionais e marcou em cima os craques. Tão em cima que vacilaram em cometer duas faltas próximas da área. Para quem se lembra de Neto naquela época, qualquer infração da linha intermediária do ataque para frente, era pênalti. 

E não deu outra, Neto guardou as duas na gaveta. "Ganhamos de 2 a 0, com dois gols meus", gaba-se o hoje apresentador e comentarista da Band.

Após o apito do juiz, o clima de confraternização voltou, os jogadores dos times se reuniram para bater um papo, mas Neto começou a passar mal. "Pensei que pudesse ter uma rebelião a qualquer momento, baixou minha pressão, quase desmaiei."

Os Milionários então tiveram que apressar a saída do presídio e o artilheiro da partida foi levado a um hospital próximo para levar injeção de glicose. "Foi muito legal isso. Na hora foi tudo bem, mas depois..."

SOBRE A NÃO CONVOCAÇÃO DE NETO PARA A COPA DE 90, NA ITÁLIA, O UOL PUBLICOU UMA MATÉRIA EM 5 DE DEZEMBRO DE 2017 COM SEBASTIÃO LAZARONI. CLIQUE AQUI E VEJA.

Clique aqui e veja a participação de Neto no programa "Golaço" da Rede Mulher, em 24 de março de 2006, com apresentação de Milton Neves



No dia 25 de novembro de 2013, o Portal UOL publicou uma matéria sobre o ex-meia do Corinthians:

Confira abaixo a entrevista que o comentarista Neto, da Bandeirantes, concedeu a Paulo do Valle, neto de Luciano do Valle, falando sobre os últimos dias do histórico narrador

 Alexandre Porpetone imitando o comentarista Neto

ABAIXO, Neto em 21 de abril de 2019, comemorando o gol de Vagner Love na decisão do Campeonato Paulista contra o São Paulo, ao vivo, durante o 3º Tempo da Band

 

ABAIXO, VÍDEO COM MOMENTOS DA PASSAGEM DE NETO PELA EQUIPE DO MATSUBARA (PR) EM 1995

Abaixo, a participação de Neto no "Domingo Bandeirantes" do dia 31 de maio de 2020: 

TerceiroTempo · Neto fala sobre "Os Donos da Bola" da Rádio Bandeirantes
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Pelo Palmeiras:

Neto jogou no Verdão em 1989. Foram 26 partidas, sendo 15 vitórias, nove empates e duas derrotas. Marcou quatro gols.

Fonte: Almanaque do Palmeiras, de Celso Unzelte e Mário Sérgio Venditti.

Pelo Corinthians:

Atuou em  227 jogos, sendo 104 vitórias, 74 empates e 49 derrotas. Marcou 80 gols e conquistou o título brasileiro de 1990 e o Paulistão de 1997.

Fonte: Almanaque do Corinthians, de Celso Unzelte.

Pelo São Paulo:

No São Paulo, foram 33 partidas, sendo 12 vitórias, 13 empates e oito derrotas. Marcou cinco gols. um deles em um clássico contra o Palmeiras. Depois da cobrança de falta, a bola passou entre as pernas do goleiro Zetti na goleada tricolor por 5 a 1.

Fonte: Almanaque do São Paulo, de Alexandre da Costa

Pela Seleção Brasileira:

Atuou em 16 jogos, sendo seis vitórias, seis empates e quatro derrotas. Marcou cinco gols.
Fonte: Seleção Brasileira - 90 Anos, de Antonio Carlos Napoleão e Roberto Assaf.

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