O mineiro Alex Dias Ribeiro participou de dez provas na Fórmula 1, entre 1976 e 1977 (equipes Hesketh e March). E em 1979 foi piloto da equipe Fittipaldi.
Nascido em Belo Horizonte no dia 07 de novembro de 1948, Alex passou sua infância em Brasília, onde começou a acompanhar as provas locais, principalmente as de longa duração, como os 1000 quilômetros de Brasília. Em Brasilía, Nelson Piquet foi um de seus maiores amigos. E uma coincidência: as mães de Alex e Nelson tem o mesmo nome, Clotilde.
Antes de começar a correr em monopostos, foi bicampeão brasiliense de kart (1970 e 1971).
Estreou na Fórmula Ford em 1972, sagrando-se vice-campeão e, já no ano seguinte, conquistou o título da categoria, uma das mais importantes da época para a revelação de pilotos.
Em 1974 iniciou sua carreira internacional pela Fórmula 3 Inglesa, sendo vice-campeão e repetindo o feito em 1975, passando em seguida para a Fórmula 2, último degrau, à época, para a Fórmula 1, categoria em que estreou em 1976 pela equipe Hesketh, com o modelo 308-C. Nessa época também competiu pela Fórmula Atlantic, nos Estados Unidos.
Em 1977 foi piloto da March, com um dos carros mais bonitos, com o patrocínio dos cigarros Hollywood. Na carenagem de seus carros, a inscrição "Cristo Salva" tornou-se uma marca registrada do piloto que organizou um grupo de esportistas denominado "Atletas de Cristo", ao lado de outros esportistas, como o ex-goleiro João Leite (Atlético-MG) e o ex-centroavante Baltazar (Grêmio).
Em 1979 formou dupla com Emerson Fittipaldi na extinta equipe Copersucar-Fittipaldi. Suas melhores colocações, foram obtidas em 1977, pela March, quando recebeu a bandeira quadriculada em oitavo lugar em duas provas: Alemanha e Canadá.
Após sua passagem pela Fórmula 1, deixou temporariamente as pistas para retornar em 1983 no Campeonato Brasileiro de Marcas e no Superkart. Em 1984 também competiu no Brasileiro de Marcas. Ainda na década de 80 guiou na Fórmula Ford e Fórmula 3 Sul-Americana, em 1988, mesma categoria pela qual competiu em 1992. Entre 1999 e 2001 foi o piloto do Medical Car da FIA (carro que conduz o médico nos autódromos no Mundial da Fórmula 1). Em 2001 também participou do campeoanto da Fórmula 3000.
Atuou como palestrante e mentor de atletas em cinco Copas do Mundo, três Olimpíadas e três Mundiais de Formula 1, acompanhando esportistas e colaborando para que os mesmos tivessem um melhor desempenho, trabalhando com o stress e a cobrança por resultados.
Lançou dois livros que tornaram-se best-sellers: "Mais que vencedor" e "Ninguém vence sozinho", que servem de base para suas palestras motivacionais, que realiza em todo o Brasil. Em 2012 lançou outro livro, "Sucesso e Significado", com prefácio de Emerson Fittipaldi, pela Editora Hagnos.
Entre os clientes atendidos por Alex Dias Ribeiro estão: Petrobrás, Degussa, Evonik, Jacto, Sanofi-aventis, Stock Cars Brasil, Nascar, ISC, Motor Racing Outreach, Pro Athletes Outreach, International School of Leadership SA. COELCE- Companhia Elétrica do Ceará, Vicunha, e Federação das Indústrias Têxteis do Ceará.
É casado com Bárbara Montes Ribeiro, com quem tem um casal de filhos: Carol que é arquiteta, grafic designer e fotógrafa, e Daniel, músico profissional.
Em 25 de outubro de 2013, o Portal Terceiro Tempo veiculou uma entrevista de Alex Dias Ribeiro ao Bella Macchina, programa de automobilismo do site, apresentado por Marcos Júnior. Abaixo, o vídeo, com edição de Lucas Micheletti
Alex Dias Ribeiro escreveu um lindo texto sobre seu ex-chefe na Fórmula 1, o britânico Max Mosley, logo após a morte deste, ocorrida em 23 de maio de 2021. Nele, Alex revela o ódio que sentiu por Max, mas que o fez torna-se um ser humano melhor, a partir desta experiência. Abaixo, o texto, na íntegra:
A Morte do Meu Inimigo
Morreu de câncer aos 81anos o homem que matou os meus sonhos e sepultou minha carreira de piloto na Formula 1. Antes de se tornar o presidente da FIA, Federação Internacional de Automobilismo, ele foi meu chefe de equipe na March onde me fez engolir, com requintes de crueldade, o pão que o diabo amassou, tornando-se a pessoa que mais odiei em toda a minha vida. Um dia ele me deixou tão louco de raiva que tive ganas de engatar a primeira, agarrá-lo pela gravata e sair do box cantando pneus com ele pendurado pelo pescoço!
Para não explodir de tanto ódio comecei a escrever um diário onde o chamava de Mac Mouse. Anos mais tarde esse diário deu origem ao livro Mais que Vencedor, no qual dediquei-lhe um capitulo intitulado O amor ao Próximo...
Mas ao reler esse capitulo, descobri que na verdade tinha escrito “O Ódio ao Próximo”. Tomei uma tremenda bronca de Deus através dessas palavras de Jesus: - Se vocês amam apenas aqueles que os amam, que recompensa terão? Porque até os pecadores amam aqueles que os amam. Amem porém os seus inimigos. E vocês terão uma grande recompensa e serão filhos do Altíssimo. Lc 6:32 a 35
Declaração de amor
Confesso que essa foi a lição mais difícil que aprendi a duras penas. O processo durou 27 anos até o dia em que o encontrei cara a cara no GP Brasil de 2004, e pude confessar o quanto eu o odiei, como o havia perdoado e quanto o amava com o amor que Deus tem por mim e por ele. Ao terminar nossa conversa dei-lhe um abraço tão forte que o deixou desconcertado.
Há males que vem para o bem?
A explicação bíblica que encontrei para justificar a existência de Mac Mouse no meu caminho veio desse recado: - O Senhor fez todas as coisas para determinados fins e até o perverso, para o dia da calamidade. Pv 16:4
A principio entendi o recado assim: o dia da minha calamidade foi a morte da minha carreira. Hoje, ao receber a noticia da morte de Mac Mouse, me toquei que ele teve um propósito especifico. Essa percepção foi expandida através desse texto de Daniel Santos:
- Deus criou tudo e todos com uma finalidade. Isso tem uma consequência direta e óbvia: não há espaço para imprevistos, ou surpresas. Criar o perverso para o dia da calamidade significa não apenas controle, mas justiça. Os justos, por exemplo, não foram criados para a calamidade. O dia da calamidade é o dia quando o perverso pagará pelos seus atos, um dia de disciplina e não necessariamente o dia do juízo final. Assim, podemos concluir que a existência do perverso cumpre uma finalidade pedagógica na ordem criada: lembrar-nos de que tudo tem uma finalidade criada e traçada por Deus.
Moral da história: Morre Mac Mouse. Vive Max Mosley em minha memória e no meu coração com gratidão por ele ser protagonista do filme da minha vida. Junto com isso fica a esperança que as palavras que um dia ele me ouviu falar sobre Jesus Cristo e vida eterna tenham encontrado eco no seu coração, moldando o seu destino eterno. Que Deus o tenha...
Alex Dias Ribeiro
No dia 14 de novembro de 2021, Alex Dias Ribeiro participou no "Domingo Esportivo" da Rádio Bandeirantes durante o GP São Paulo de F1: