Apesar de o futebol ter permeado a maior parte do cotidiano do jornalista e publicitário Milton Neves, tanto pessoal quanto profissionalmente desde os tempos em que ouvia o Santos Futebol Clube em um rádio a pilha em Muzambinho, Sul de Minas Gerais, os automóveis também foram importantes em sua trajetória.
No período em que trabalhou na Rádio Jovem Pan, quando a emissora paulistana tinha um departamento de esportes robusto, presente às coberturas automobilísticas com jornalistas da estirpe de Claudio Carsughi, Flavio Gomes, Wilson "Barão" Fittipaldi, Cândido Garcia e Nilson Cesar, entre outros, Milton Neves participou de diversas coberturas da rádio nos GPs do Brasil em Interlagos, comandando os trabalhos e chamando os repórteres e comentaristas ao longo das transmissões.
Também foi aos Estados Unidos, para a cobertura das 500 Milhas de Indianápolis em 1994, testemunhando o evento automobilístico que reúne mais público no mundo. Lá, conversou com Emerson Fittipaldi, Mauricio Gugelmin, Raul Boesel, Marco Greco e Roberto Pupo Moreno.
Depois, na Band, Milton também foi voz presente na abertura dos trabalhos dos GPs do Brasil (depois rebatizado para GP de São Paulo), em Interlagos, pela Rádio Bandeirantes, antes do início das corridas, com entrevistas ao vivo.
Também esteve no Anhembi, quando das edições da São Paulo Indy 300, no traçado de rua montado nas ruas da Zona Norte da capital paulista, visitando as instalações da categoria, aproximando-se dos carros e entrevistando pilotos brasileiros.
Em março de 2025, comandando seu podcast, o "Milton Neves Sem Mi Mi Mi", ao lado de Mauro Beting, recebeu um convidado muito especial: Rubens Barrichello.
Mas as aventuras de Milton pelo mundo do automobilismo não se limitaram ao autódromo paulistano. Em 1994, por exemplo, ele foi a Indianápolis para a cobertura das 500 Milhas, mais famosa prova da Indy, no lendário oval do IMS (Indianápolis Motor Speedway).
Na ocasião, entrevistou os pilotos brasileiros que lá estavam: Emerson Fittipaldi, Roberto Pupo Moreno, Maurício Gugelmin e Raul Boesel. E também ficou admirado com os banheiros sem portas e os divertidos concursos de topless que aconteciam no entorno do autódromo.
Falando em Indy, em 11 de março de 2010, uma quinta-feira, esteve no Anhembi para acompanhar de perto o trabalho das equipes que montavam seus carros no Pavilhão de Exposições para a primeira edição da São Paulo Indy 300, prova vencida pelo australiano Will Power. Lá, se encontrou e entrevistou o `primo´Helio Castroneves e Tony Kannan.
PRIMEIROS CARROS PESSOAIS
Não há registro fotográfico, mas Milton se lembra muito bem do seu primeiro carro, um Fuscão amarelo, placas BO-5555.
No dia de seu casamento, levou a saudosa esposa Lenice Chame Magnoni Neves (1954-2020) para a lua de mel em uma Brasília azul.
Bem depois, já com três filhos, a necessidade o obrigou a ter um carro maior, no caso uma bela Caravan prata, com bagageiro no teto, que ele retirou. "Era horrível, aquilo", diz Milton, que a exemplo do primeiro carro, o Fuscão, continua gostando de carros alemães, mais precisamente os fabricados em Stuttgart.
CARROS DE TRABALHO: Como repórter de trânsito, Milton andava ao lado do saudoso motorista Silvério Rodrigues, que conduzia uma Veraneio azul ou uma Rural Willys, azul e branca, tipo "saia e blusa".
EXPOSIÇÕES
Milton compareceu em algumas edições do Salão do Automóvel e outras feiras relacionadas a transportes, como a Fenatran, em 2013. Na ocasião, visitou o estande da Renault, conhecendo os produtos da montadora de matriz francesa que produz veículos no Brasil.
HISTÓRIAS EM COBERTURAS JORNALÍSTICAS
O MAVERICK DESGOVERNADO DE CLAY REGAZZONI NO CENTRO DE SÃO PAULO
Em 1973, por ocasião do lançamento do Ford Maverick, aposta da montadora para concorrer com o Opala no Brasil, cada piloto que disputou a prova recebeu um Maverick durante sua estada em São Paulo, para poder se deslocar pela cidade. Milton Neves relembra uma situação curiosa que aconteceu na ocasião, com o suíço Clay Regazzoni (1939 - 2006).
"Eu morava na pensão dos muzambinhenses na Alameda Jaú (em São Paulo) e teve um GP daqueles iniciais aqui, com Ronnie Peterson, José Carlos Pace, Clay Regazzoni e muitos outros. Foi quando lançaram o Ford Maverick (1973), que foi o carro oficial do GP de Interlagos. Era uma época romântica. Eu entrava na rádio (Jovem Pan) somente à tarde. Eu e um amigo, chamado Dulcinei Marras, o "Durce", descemos com um ônibus a Consolação (região central de São Paulo) e fomos a pé até o Hilton, o hotel onde ficavam os pilotos. Descemos do ônibus e todo mundo ouviu aquele ´cantar´de pneus. e de repente `bum!´, era o Clay Regazzoni, ele meteu uns 200 quilômetros por hora na descida da Consolação e arrebentou o carro em uma árvore. A Ford havia emprestado um Maverick para cada piloto andar em São Paulo. Aí ele saiu dos destroços do carro, espanou a poeira e foi a pé até o Hilton Hotel. Eu não fotografei, não filmei, também nem tinha equipamento, mas essa imagem não saiu das minhas retinas", recorda-se Milton.
"FURO" NA MORTE DO PILOTO TOM PRYCE
Milton Neves estava no Plantão Esportivo da Rádio Jovem Pan na manhã de 5 de março de 1977 e foi o primeiro a noticiar a morte do galês Tom Pryce (1949 - 1977) no GP da África do Sul, após a redação da emissora receber o telex de uma agência internacional. Na ocasião, um fiscal atravessou a pista para debelar o princípio de incêndio da Shadow do italiano Renzo Zorzi, companheiro de equipe de Pryce. O jovem Jansen Van Vuuren, de apenas 19 anos, inexperiente, cruzou a reta de Kyalami e acabou sendo atropelado pela Shadow de Tom Pryce, que estava a cerca de 280 quilômetros por hora. O extintor de incêndio que estava sendo carregado pelo fiscal, atingiu a cabeça de Pryce em cheio, que teve seu crânio esmagado e morte instantânea.
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