Olhos no Retrovisor: Alguns dos carros mais esquisitos nos 75 anos da F1
Olhos no Retrovisor: Alguns dos carros mais esquisitos nos 75 anos da F1
Por Marcos Júnior Micheletti - 14/05/2025 10:45
Projetistas foram ousados em diversos projetos
Um carro de Fórmula 1 sempre chama atenção, independente da cor e das soluções aerodinâmicas, sejam as mais convencionais ou aquelas absolutamente originais.
Os carros da categoria mais importante do automobilismo compõe um acervo robusto há 75 anos, completados no último dia 13 de maio, com modelos que se não primaram por desempenho, conseguiram notoriedade por serem tão diferentes em relação aos concorrentes com quem dividiam as pistas.
Na esteira dos festejos pelos 75 anos da Fórmula 1, escolhemos alguns que estão nas fotos abaixo, devidamente identificados e com alguns relatos.
O MS10, carro da Matra na temporada de 1969 (pilotado pelo escocês Jackie Stewart), foi extravagante em seus aerofóios... O traseiro, exageradamente alto e um adicional na linha do eixo dianteiro. Foto: Reprodução
A March 711 do saudoso Ronnie Peterson (1944-1978) em 1971 tinha um aerofólio dianteiro semelhante a uma mesa, onde era possível colocar os pratos dos mecânicos para o almoço... Foto: Reprodução
O saudoso alemão Rolf Stommelen (1943-1983) tinha em seu Eifelland E21 um único espelho retrovisor à sua frente, que mais parecia um periscópio. A entrada de ar, à frente do cockpit, também não era convencional naquele carro de 1972. Foto: Reprodução
No chuvoso GP do Japão de 1976, que definiu o campeonato a favor de James Hunt (1947-1993) sobre Niki Lauda (1949-2019), o japonês Masahiro Hasemi competiu com o Kojima, carro nipônico que tinha um cockpit muito alto, com duas entradas de ar instaladas em suas laterais, e retrovisores colocados acima da suspensão dianteira. Foto: Reprodução
A francesa Ligier estreou o robusto modelo JS5 na temporada de 1976, com um único carro, pilotado por Jacques Laffite, também francês. A gigantesca tomada de ar que estava sobre o motor V12 da Matra fez o carro ganhar o apelido de "Bule de Chá". Na verdade, o objetivo era fazer a cigana que representava o patrocinador (Gitanes) ficar em evidência, estratégia de marketing bem bolada pelo dono da equipe, Guy Ligier (1930-2015). A tomada de ar enorme acabou sendo substituída por uma bem menor ao logo daquele ano. Foto: Reprodução
O Ensign N179 do britânico Derek Daly na temporada de 1979... O carro tinha uma "escadinha" de radiadores na parte frontal. O objetivo era melhorar a refrigeração do motor Cosworth V8, mas o piloto acabava sofrendo com o forte calor que passava para o cockpit, tornando a pedaleira uma verdadeira fornalha, e a ideia foi abandonada. Foto: Reprodução
Com uma aparência tão pesada quanto a de um tanque de guerra, a Arrows A2 de Ricardo Patrese de 1979 destoava de todos os outros carros daquela temporada. O raquítico motor V8 Ford-Cosworth sofria para movimentar o grandalhão... Como o modelo, a exemplo dos demais daquele ano, era dotado do sistema de efeito-solo, notem que não há asa dianteira e a traseira é extremamente baixa, a ponto, de por este ângulo, quase não ser visível. Foto: Reprodução
O sul-africano Jody Scheckter a bordo de sua Tyrrell P34, único carro que competiu oficialmente na Fórmula 1 com seis rodas. E o projeto até que não decepcionou, pois Scheckter venceu um GP na temporada de 1976 (Suécia) e terminou o ano em terceiro lugar. O saudoso francês Patrick Depailler (1940-1980) subiu sete vezes ao pódio com este modelo e foi o quarto colocado no Mundial, vencido pelo britânico James Hunt (1947-1993), da McLaren
Ayrton Senna (1960-1994) estreou na F1 com a Toleman TG183B no GP do Brasil de 1984. Além do aerofólio dianteiro que parecia o bico de um aspirador de pó, a linha traseira tinha um conjunto de duas asas. Se fosse um carro alegórico, muitos destaques poderiam ficar sambando em cima do carro do brasileiro... Foto: Reprodução
Novamente a Ligier, desta vez com o modelo JS39. O carro era convencional, mas a pintura utilizada nos dois últimos GPs de 1993 (Japão e Austrália) pelo britânico Martin Brundle ganhou espaço na imprensa... O objetivo era divulgar a marca Gitanes nos mercados dos dois países, e um artista (Hugo Pratt) foi convidado para um layout diferente no carro de Brundle. O outro piloto, o tambbém britânico Mark Blundell, competiu com a pintura convencional do time francês. O artista "viajou" tanto no desenho, que ficava quase impossível ler a palavra "Gitanes" em letras garrafais na carenagem do carro francês. Muitos diziam que o modelo parecia uma lesma que acabara de ser sacrificada com um punhado de sal... Foto: Reprodução
A equipe BAR tentou em 1999, mas a FIA não permitiu um carro "dividido" ao meio por duas marcas da sua patrocinadora, uma empresa do ramo de cigarros. Na imagem, o canadense Jacques Villeneuve durante a pré-temporada, antes da proibição. Foto: Reprodução
O holandês Jos Verstappen (pai de Max Verstappen) disputou o GP de Mônaco de 2001 com sua Arrows A22 dotada de um pequeno aerofólio dianteiro fixado no bico... O carro laranja e preto era bonito, mas o "quesito adereço" atravessou o samba na "Avenida de Monte Carlo"... Foto: Reprodução
A Williams-BMW apostou em uma solução bem esquisita para sua dianteira na temporada de 2004. O FW26 ganhou o apelido de "Prestobarba", mas a solução aerodinâmica de sua asa dianteira não se mostrou eficaz como o time de Grove almejava, a ponto de optar por uma solução convencional na 13º etapa, o GP da Hungria. Foto: Divulgação/BMW
BMW Sauber do canadense Jacques Villeneuve em 2006. Aqui, o que chama atenção, é a quantidade quase infindável de penduricalhos aerodinâmicos... A impressão é de que o carro "ao natural" deveria ser tão ineficiente que optaram por essas inúmeras aletas, espalhadas por todos os cantos do modelo F1.06. Foto: Reprodução