Sou de uma geração rica em craques. Talvez por isso seja um chato de plantão a criticar a atual pobre safra de talentos brasileiros. Na infância assisti, in loco, Sócrates, Oscar, Luís Pereira, Oscar, entre outros craques geniais jogarem pelos grandes clubes de São Paulo. No âmbito nacional, minha paixão crescia pelo futebol de Zico, Leandro, Adílio, Romerito, Mário Sérgio, Reinaldo, entre tantos outros craques.
Com todo respeito que o profissional da bola de hoje merece, não consigo aceitar um jogo de despedida para o lateral Léo Moura, do Flamengo. Com vários títulos no currículo com o manto sagrado rubro-negro, o lateral se despediu com um adeus com pompas de estrela. Torcida gritou seu nome, Zico o homenageou, enfim, Léo se despediu como atual ídolo do Flamengo. Um abismo entre o passado e o presente.
Léo Moura, assim como Valdívia, Paulo Henrique Ganso, Guerrero, Nilmar, Fred, entre outros atletas são os ídolos de agora. A atual geração vibra com estes jogadores o que faz eu lamentar e imaginar como seria o fanatismo com os craques do passado.
Esse texto é um tanto nostálgico, admito. Mas escancara a realidade do futebol brasileiro. A geração atual tem um craque em ação, o atacante Neymar, que está no Barcelona. E um ótimo jogador, que é Philippe Coutinho, que joga no Liverpool. Os demais jogadores brasileiros que se destacam dentro e fora do país são apenas bons jogadores. Ótimos coadjuvantes numa seleção brasileira que precisa realmente privilegiar a força de conjunto para obter sucesso diante das grandes seleções europeias.
Esta realidade já vimos com um gosto amargo na última Copa do Mundo, no Brasil. A seleção naufragou na semifinal, mas poderia ter caído bem antes para o Chile, nas oitavas. No entanto, quiseram os deuses da bola que o Brasil chegasse a uma vitória da final para ser massacrado pela Alemanha, num soco direto na arrogância do torcedor tupiniquim, que teima em aceitar a fragilidade da geração atual.
O Brasil está carente de craques. Já não brotam mais jogadores como Rivaldo, Romário e Ronaldinho Gaúcho, só para citar nomes de um passado recente. É preciso tratar melhor os campos de terra pelo país, bem como profissionalizar as categorias de base dos clubes para que surjam novos craques.
O Brasil tem ainda ótima matéria prima quando o assunto é craque de bola. Mas, por ora, não se tem bons profissionais para manusear com competência essa matéria prima. Enquanto este cenário não muda, temos de conviver com jogos de despedida para jogadores como Léo Moura, que se despede do Flamengo, talvez o maior clube do Brasil, mas sem dez jogos com a camisa da seleção brasileira.
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Foto: UOL
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