Mais de 200 mil torcedores acompanhavam no recém inaugurado Maracanã a final da Copa de 1950, entre Brasil e Uruguai em 16 de julho de 1950, há exatos 70 anos.
Para a seleção brasileira, que vinha de quatro vitórias (4 a 0 no México, 2 a 0 na Iugoslávia, 7 a 1 na Suécia e 6 a 1 na Espanha) e um empate (2 a 2 contra a Suíça), bastava um empate (por qualquer placar) diante dos uruguaios para conquistar seu primeiro mundial.
Campeã da primeira Copa, em 1930, disputada exatamente no Uruguai, a seleção celeste absorveu bem o gol brasileiro de Friaça aos 2 minutos do segundo tempo para chegar à igualdade no placar aos 21, com Schiaffino.
Gighia, com um arremate rasteiro no canto esquerdo de Barbosa desempatou aos 34, calando a torcida brasileira.
Barbosa, ótimo goleiro do Vasco da Gama, foi massacrado pela torcida e por grande parte da imprensa, sobretudo pelo segundo gol sofrido na partida, que ganhou a alcunha de "Maracanaço", ou "Maracanazo", em espanhol.
Não bastasse o trauma da Copa de 1950, quando o Brasil voltou a sediar o Mundial, em 2014, a Alemanha massacrou o time comandado por Luiz Felipe Scolari nas semifinais por 7 a 1, no Mineirão, página negra da história do futebol brasileiro que certamente nunca será esquecida, assim como a derrota frente aos uruguaios há 70 anos.
PERSONAGENS DO JOGO:
O carioca Albino Friaça Cardoso era o ponta-direita do São Paulo quando disputou o Mundial de 50 no Brasil. Ele havia sido revelado pelo Vasco, onde atuou entre 1943 e 1949. Ainda jogou por Ponte Preta, retornou ao Vasco e encerrou sua carreira no Guarani, em 1958, aos 34 anos.
Morreu em Itaperuna, no Rio de Janeiro, aos 84 anos. CLIQUE NA FOTO DE FRIAÇA E VEJA SUA PÁGINA NA SEÇÃO "QUE FIM LEVOU?".
A alegria da torcida brasileira arrefeceu quando Juan Alberto Schiaffino marcou o gol de empate, 19 minutos depois de Friaça abrir o placar para a equipe do Brasil.
Um dos maiores jogadores da história do futebol uruguaio, defendia o Peñarol, clube por onde começou sua carreira profissional em 1943, permanecendo até 1954. De origem italiana, Schiaffino defendeu duas equipes da "Bota": Milan e Roma, encerrando sua carreira por esta última, em 1962, aos 37 anos.
Morreu em Montevidéu, sua cidade natal, em 13 de novembro de 2002, aos 77 anos. CLIQUE NA FOTO DE SCHIAFFINO E VEJA SUA PÁGINA NA SEÇÃO "QUE FIM LEVOU?".
Autor do segundo gol do Uruguai na final contra o Brasil, Alcides Edgardo Ghiggia, coincidentemente morreu em um 16 de julho (de 2015), vítima de parada cardíaca. Ele estava com 88 anos e vivia na cidade de Las Piedras, próxima à capital uruguaia, Montevidéu.
Era jogador do Penãrol quando disputou a Copa de 50, clube que defendeu até 1953.
Depois atuou peas equipes italianas da Roma e Milan. Retornou ao Uruguai para jogar pelo Danubio, onde encerrou sua carreira, em 1968, aos 42 anos de idade. CLIQUE NA FOTO DE GHIGGIA E VEJA SUA PÁGINA NA SEÇÃO "QUE FIM LEVOU?".
Natural de Campinas, onde nasceu em 27 de março de 1921, Moacir Barbosa Nascimento chegou ao Vasco da Gama em 1945, após defender o Ypiranga-SP, permanecendo no clube carioca por dez anos. Após passar por Bonsucesso e Santa Cruz, retornou ao Vasco entre 1958 e 1962 e encerrou sua carreira pelo Campo Grande-RJ, aos 41 anos, em 1962.
Passou seus últimos anos de vida em Praia Grande, litoral de São Paulo. Morreu triste, aos 79 anos, em 7 de abril de 2000, em Santos. CLIQUE NA FOTO DE BARBOSA E VEJA SUA PÁGINA NA SEÇÃO "QUE FIM LEVOU?".
CURIOSIDADE:
Uma das traves, justamente aquela em que o Brasil sofreu os dois gols uruguaios, a mesma em que o Brasil marcou seu único gol, está hoje na Casa da Cultura de Muzambinho-MG.
Pedro Viola, cruzeirense fanático, já falecido, era representante da cerveja Antárctica no sul de Minas e dos queijos Polenghi. Tinha uma frota (Expresso Viola) composta por 20 caminhões da marca FNM. Em um deles trouxe do Rio de Janeiro (em 1951) a trave completa do Maracanã, aquela em que Barbosa sofrera os dois gols uruguaios na Copa de 1950.
Ex-presidente do Bandeirantes Futebol Clube de Muzambinho, "Seo " Pedrinho Viola, como era carinhosamente chamado, morreu aos 69 anos, em 26 de dezembro de 1982, em Muzambinho. CLIQUE NA FOTO DE PEDRO VIOLA E VEJA SUA PÁGINA NA SEÇÃO "QUE FIM LEVOU?".
A histórica trave do Maracanã, aquela, da final da Copa de 1950, em que Ghiggia decretou a vitória uruguaia sobre o Brasil, que tinha Barbosa como goleiro. A mesma em que Friaça abriu o placar e Schiaffino empatou o marcador. A tinta branca foi removida, e hoje a trave serve de moldura para troféus muzambinhenses na Casa da Cultura de Muzambinho. Foi Pedro Viola, empresário da área de transportes de Muzambinho, quem buscou a trave no Maracanã, em 1951
O brasileiro Friaça (braços erguidos) comemora o gol que abriu o placar. Precisando apenas do empate, tudo parecia ainda mais fácil para o time brasileiro. Foto: Divulgação
O empate do Uruguai, no arremate de Schiaffino. Foto: Divulgação
A virada do Uruguai. Barbosa era o goleiro brasileiro. Ghiggia marcou para a seleção celeste. Foto: Divulgação
O Maracanã, inaugurado um mês antes, ainda com barras de sustentação, recebeu seu maior público em 16 de julho de 1950. Foto: Divulgação
Ficha técnica da partida:
Brasil 1 x 2 Uruguai - 16 de julho de 1950
Local: Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Arbitro: George Reader (Inglaterra)
Público: 173.850 (oficial). Mais de 200.000 (estimativa).
Brasil: Barbosa; Augusto e Juvenal; Bauer, Danilo e Bigode; Friaça, Zizinho, Ademir de Menezes, Jair e Chico. Técnico: Flávio Costa.
Uruguai: Máspoli; Matías Gonzalez e Tejera; Gambetta, Obdulio Varela e Rodríguez Andrade; Ghiggia, Julio Perez, Miguez, Schiaffino e Morán. Técnico: Juan Lopez.
Gols: Friaça (2 minutos do segundo tempo); Schiaffino (21 minutos do segundo tempo) e Ghiggia (34 minutos do segundo tempo).
ABAIXO, VÍDEO COM IMAGENS DA FINAL DA COPA DE 1950, NO MARACANÃ
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