Todos os estados brasileiros possuem os seus clássicos de futebol. Uns rotulados acentuadamente, como o Gre-Nal e o Fla-Flu; outros de forma mais discreta, como o Ba-Vi e o Atle-Tiba.

O importante é que, como clássicos que são, eles sempre estarão acima de prognósticos que giram em torno de momentos bons e maus vividos por seus integrantes.

Isso explica os porquês de o Grêmio ter vencido o Internacional, quando o Colorado revelava melhor desempenho técnico do que o tricolor, assim como o Vitória bateu o Bahia, no jogo de ontem, mesmo se sabendo que o tricolor baiano vive situação mais favorável do que seu tradicional adversário.

Com relação à dupla Gre-Nal, começa a despontar no Rio Grande do Sul a ideia de que o Grêmio já estaria superior ao rival colorado, em função dos quatro pontos que possui a mais na tabela e dos resultados obtidos por ambos na última rodada, em que o Tricolor venceu o São Paulo por 2 a 0 , enquanto o Inter perdeu para Mirassol pelo placar de 3 a 1.

Ao torcedor, que é passional por definição, tal euforia se justifica, até certo ponto. Ao analista esportivo, que tem como incumbência apontar todos os pormenores que envolvem a questão, a coisa não é bem assim.

Ciente disso, devo lembrar aos menos atentos que na penúltima rodada o Inter venceu o Botafogo pelos mesmos 2 a 0 que o Grêmio derrotou o São Paulo, ocasião em que o Tricolor foi derrotado pelo Bragantino, embora tenhamos que considerar os erros de arbitragem, envolvendo a expulsão de Kannemann e o pênalti polêmico praticado por Maicon.

Por outro lado, é importante não esquecer que, nos quatro pontos que o Grêmio possui à frente do Inter, três deles ficam por conta de um jogo a mais que o time gremista disputou em relação ao colorado, que, se vencer esse compromisso, reduz para apenas 1 ponto essa desvantagem.

Da mesma forma como minimizo aqui o nível dessa suposta supremacia do Grêmio sobre o Internacional, digo a bem da verdade que a gangorra Gre-Nal, no momento, pende para o lado gremista; não com a intensidade que muitos imaginam, mas de forma moderada.

Isso não envolve os treinadores de ambas as equipes, pois Mano Menezes e Ramón Díaz possuem praticamente o mesmo nível técnico e enfrentam dificuldades parecidas para escalar suas equipes, devido aos desfalques motivados por lesões.

A vantagem gremista repousa nas contratações feitas na última janela de transferências, bem aproveitada pelo clube, acrescentando qualidade ao plantel que foi reforçado pela inclusão de jogadores como Marcos Rocha. Willian e Arthur, que nem precisou de período de adaptação para voltar a praticar na Arena o grande futebol que o notabilizou em 2017, quando o Grêmio se tornou tricampeão da Libertadores.

Encerro este comentário afirmando que a situação gremista e colorada, no momento, não autoriza dizer com todas as letras que o Inter corre risco de ser rebaixado e o Grêmio está totalmente livre dessa desgraça, pois a diferença entre as duas equipes é deveras tênue, deixando o rendimento de ambas a desejar em muitos aspectos.