A história do Estevão Willian é de um talento absurdo.

Mas também de uma pressão gigante.

E essa história que voce vai ler agora, é sobre um olhar britânico em relação ao jovem atleta: de como os ingleses estão vendo e vivendo essa transferência que pode ser histórica!

Falamos com empresários ingleses. E com jornalistas que cobrem o dia a dia do Chelsea. Com ex-atletas britânicos que estão aqui no Mundial de Clubes.

E eis o que vimos. E o que sabemos. E o 3º Tempo e seus leitores agora vão saber também.

A primeira conclusão, unânime, por sinal, é de que essa transferência de Estevão para o Chelsea, pode ser mais um caso " Vitor Roque"...ou "Endrick".

Onde atletas de talento absurdo, jovens ao extremo, se transferem para a Europa.

Mas não para "qualquer Europa": mas para os times mais ricos e poderosos do continente.

Pois eis que Estevão só tem 18 anos.

E está prestes a fazer uma transferência recorde do Palmeiras para o Chelsea.

O negócio vale 45 milhões de euros na hora, mais outros 23 milhões em bônus, uma das 5 maiores transferências para um adolescente sul-americano nos últimos 30 anos.

Para o Palmeiras é uma chuva de dinheiro, mas para o Estevão é um momento que muda tudo na vida dele, cheio de desafios, expectativas e problemas pessoais.

Por trás das manchetes, Estevão foi bem sincero sobre as dificuldades dele.

E a pressão da mega-transferência no jovem brasileiro é visível.

Por exemplo, ele admitiu recentemente que a ansiedade "está sempre com ele, dificultando ficar realmente focado no presente".

Uma confissão nada pequena.

A cabeça dele vive os momentos da ida para Londres e a vida que o espera por lá.

Mesmo tão novo, ele sabe que essa transferência vai marcar o fim de um capítulo que ele conhece e consegue controlar.

E o começo de outro: onde ele não sabe nada, não controla nada.

E onde tudo, em cada mínimo detalhe e a cada meia palavra dita...e o que ele fizer vai ser julgado.

Em campo, essa tensão, segundo todos com os quais falei, agora pode ser vista.

E mais detalhes: na partida recente das oitavas do Mundial de Clubes da FIFA, quando foi substituído contra o Botafogo, o Estevão reclamou na cara de todos. "Blasfemou", como nos disse um agente de futebol britânico, "na frente de todo mundo, diante das câmeras....nada inteligente da parte dele", segundo o nosso entrevistado.

E Estevão usou palavras fortes, sem filtro.

Chocando muita gente que esperava um comportamento mais tranquilo de um talento desse nível, às vésperas de sua transferência.

As câmeras captaram a frustração dele (e seus os palavrões...) enquanto ele jogava a pulseira no chão e resmungava.

Um menino de 18 anos, xingando e reclamando em um Mundial, da decisão de seu técnico, de substituí-lo.

E antes que digam que "é tudo mi-mi-mi dos ingleses", melhor reconsiderar, caso alguém achar que seja lógica essa crítica: na Inglaterra, atletas são punidos quando desrespeitam árbitros, e em seus clubes, há severas multas quando atletas tem " falta de decoro" interna ou externamente.

Pertencer a um clube na Inglaterra significa entender que há compromissos com a imagem que o mesmo clube quer apresentar.

" Como uma criança, torcedora do Chelsea, irá reagir, quando ver que seu ídolo xinga seu próprio treinador diante das câmeras de TV?", disse Brian Martin, jornalista inglês aqui nos EUA, após o jogo do Palmeiras com o Botafogo.

Na Inglaterra seguem de perto também as polêmicas na mídia brasileira, com alguns comentaristas chamando Estevão de “menino difícil”, enquanto outros até defendem o que chamam de "a sinceridade do jogador"....

As palavras do técnico Abel Ferreira que defendeu o Estevão, dizendo “ele ainda é um garoto numa fase complicada da vida, precisa de compreensão e paciência”, não foram bem recebidas na Inglaterra. O The Sun escreveu em um de seus artigos, há poucos dias, que " a falta de postura de Estevão foi defendida até por quem deveria educá-lo e colocá-lo em seu lugar. Abel Ferreira poderia proteger Estevão, mas em hipótese alguma, defendê-lo "

Enquanto isso, na Inglaterra seguem de perto o que acontece também no vestiário do Palmeiras,onde segundo eles, a situação é mais complicada.

Alguns jogadores mais experientes parecem não concordar com o Estevão em certas escolhas táticas, porque ele quer fazer tudo do jeito dele, confiante no próprio talento, dizem os ingleses.

E passa cada vez menos a bola para os companheiros.

"Ele tenta resolver os jogos sozinho, driblando e chutando ao gol, toda hora", disse Ben Chapman, da DAZN, emissora inglesa que transmite jogos da Premier League inglesa.

Tambem sabe-se que o clube ingles pediu para que ele fique "um pouco mais calado, mais fechado, que tente não errar mais antes da ida pra Londres."

Enfim, na Inglaterra há preocupação porque Estevão está virando “o menino que todo mundo comenta”.

O que era pra ser uma transferência tranquila pro Chelsea, agora virou um monte de fofoca, perguntas e polêmicas em toda a mídia.

Recentemente, também falaram do fato do Estevão usar aquela fita branca no pulso.

Uma moda lançada por atletas como Neymar.

Que é "Inútil", segundo a imprensa inglesa.

Mas “estiloso”, pelo menos pra galera do futebol.

Por enquanto, preocupado mais com o estilo, Estevão até agora, para a visão dos ingleses, não virou o jogador decisivo que o Palmeiras esperava.

Pior: contra o Botafogo, o substituto dele, Paulinho, entrou e fez o único gol do Palmeiras naquele jogo.

Estevão está nervoso. Em campo e fora dele.

Talvez seja o momento, até quem sabe o cansaço. Ou o estresse.

Talvez seja só um jeito de aguentar toda a pressão do momento.

Para a imprensa inglesa, até o novo corte de cabelo do Estevão, junto com a fita branca... reforça essa impressão.

Fora de campo, o Estevão está cercado pela família e por um grupo que tenta proteger ele das distrações.

O pai dele, Ivo, que acompanha desde sempre, continua super presente.

Mas o peso de um contrato milionário e a transferência chegando faz ele se sentir sozinho várias vezes.

O pessoal do Chelsea já separou tutores e mentores para ajudar com o idioma, cultura e vida nova.

Ultimamente, quem trabalha no clube percebeu que o Estevão ficou mais distante de alguns funcionários do Palmeiras.

Houve dias que ele chegou entre os últimos no treino, e informações internas indicam que ele pediu para não estar presente em umas ou duas reuniões depois de jogos, dizendo que estava cansado ou tinha compromissos pessoais.

Claro que o departamento técnico do Palmeiras segue de perto o momento do atleta. E estão preocupados, sim. Porque querem manter o grupo unido num momento tão delicado. E Estevão é parte importante do grupo, enquanto ele usar a camisa do clube.

Amigos de Estevão dizem que ele passa muito tempo no celular, conversando com gente do Chelsea e amigos que já estão na Europa.

Houve um episódio depois de um treino em que o Estevão estava falando com um colega sobre bairros de Londres e perguntando sobre aulas de inglês, mostrando que a cabeça já está também, em parte, no que vai acontecer no novo país onde vai morar.

Mas há uma coisa ainda mais importante para os ingleses: comparar o Estevão com outros dois jovens brasileiros que foram pra Europa há pouco, Endrick e Vitor Roque, pode ajudar a entender a história dele.

Vitor Roque, que era uma promessa do Barcelona, sofreu na Europa e voltou pro Brasil.

Agora eles são companheiros, e o Roque já alertou Estevão mais de uma vez das dificuldades de sair tão cedo do Brasil.

Endrick, no Real Madrid, tem os próprios problemas para se adaptar à pressão e ao estilo, mas mostra uma maturidade que Estevão ainda não conhece totalmente.

Enquanto o caminho do Endrick é mais devagar e constante, o de Estevão é mais de altos e baixos, com momentos de brilho e outros de frustração.

Desde pequeno, o Estevão era super competitivo e sensível.

Há histórias de quando ele chorava depois de um jogo ruim, se trancando no quarto.

Agora, essas fragilidades aparecem pro mundo todo ver.

Tensões no treino, umas palavras mais duras com os colegas, e o seu comportamento, às vezes, nervoso mostram claramente um garoto lutando com expectativas enormes.

A mídia brasileira diz que a equipe comercial dele está trabalhando a mil pra cuidar da imagem, fechando novos patrocinadores e até pensando num vídeo de despedida pras redes sociais, que ainda não saiu porque acham que pode distrair o momento no Palmeiras.

Há também que uma equipe de filmagem que está seguindo Estevão há meses, juntando imagens para um futuro documentário sobre a ida dele ao futebol europeu. Mais uma atividade extra-campo para Estevão.

As redes sociais também viraram campo de batalha.

Estevão começou a seguir jogadores do Chelsea e a curtir posts sobre o futuro clube.

A torcida do Palmeiras, e os ingleses viram isso.... reagiu.

Alguns acusam ele de falta de compromisso.

Outros entendem a ambição, mas não gostam de ver que ele já não pensa tanto na camisa que ainda veste.

Vai ser um baque se o Palmeiras for eliminado do Mundial de Clubes sem o Estevão fazendo a parte dele.

Se ele fizer o gol da vitória, tudo certo, tudo esquecido.

O garoto vive entre dois mundos agora, tentando equilibrar a lealdade ao clube e o sonho de jogar em uma das principais equipes da liga inglesa, o grande Chelsea.

O jogo do Mundial de Clubes contra o Chelsea é super simbólico.

Pode ser o último jogo do Estevão pelo Palmeiras, ou como aquele que elimina o futuro clube dele, ou como um atleta que sai no meio das polêmicas.

Não existe regra no contrato com o Chelsea que impede Estevão de jogar contra a equipe inglesa no Mundial de Clubes.

Assim, todo mundo, do Brasil à Inglaterra, está e estará de olho para ver como ele vai lidar com esse enorme teste emocional.

Existe muita história nessa curta carreira que faz a trajetória de Estevão ser única.

Quando ainda moleque no futsal em São Paulo, ele era pequeno mas rapidíssimo, deixava os treinadores malucos com a agilidade e o controle de bola.

No campo de futebol, durante a Libertadores 2021, mesmo com boatos de transferência, ele só queria ajudar o Palmeiras a ganhar, mostrando uma maturidade fora do normal para um jogador de sua idade: um fenômeno!

Aquele foi o momento mais importante de sua carreira!

Alguns na Inglaterra, esperam que Estevão absorva e adapte a si mesmo,o jeito tranquilo de Endrick de lidar com as dificuldades de chegar a uma nova equipe na Europa.

Não tem sido fácil.

E há preocupações em Londres.

Nestes dias antes do jogo com o Chelsea, Estevão pareceu mais isolado, passando mais tempo na academia e também conversando com o psicólogo do Palmeiras, que está ajudando ele a "segurar" essa montanha-russa de emoções.

O pessoal da ciência do esporte do clube até mudou o programa dele, tentando deixar ele bem fisicamente e mentalmente para aquilo que pode ser a grande despedida.

Há sinais claros de que os agentes do Estevão já estão negociando direitos de imagem e contratos comerciais na Inglaterra, com pelo menos duas grandes marcas esportivas querendo fazer dele o rosto das próximas campanhas juvenis.

Isso só aumentou os boatos no Brasil sobre onde está a cabeça do Estevão agora.

Resumindo, Estevão é uma jovem estrela, um jogador fabuloso,, numa encruzilhada, que já é tema de debate no Brasil e que gera dúvidas até na Inglaterra, com um futuro brilhante. Mas cheio de riscos.

A pressão de uma transferência gigante, todo mundo de olho e o crescimento pessoal se encontram justo agora.

O Mundial de Clubes não é só mais um torneio: é a última prova dele no Brasil antes de encarar o mundo difícil do futebol europeu.

O investimento do Chelsea é uma aposta no talento dele, mas também um risco: se Estevão vai aguentar a pressão ou vai desabar, só o tempo vai dizer.

Por enquanto, ele é só um garoto com a bola, sonhos nos olhos e o peso de um país, bem grande, nas costas.

Que as câmeras de TV só peguem seu sorriso na hora de marcar gols.

E que o Chelsea, seja o campo onde Estevão desfile sua categoria e talento, em alto estilo!